Pelo 2º ano consecutivo, a crew Artistas de Rua (ADR) do município de Serrinha (BA), realiza o Encontro de Grafiteiros Pinta Aki Véio. Entre os dias 8 a 10 deste mês, os moradores do bairro da Cidade Nova vivenciaram uma rotina diferente com a presença de aproximadamente 50 grafiteiros, na sua maioria de Salvador, além de representantes das cidades de Feira de Santana e Conceição do Coité (BA), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM), São Paulo (SP) e Filadélfia (EUA), modicando o cenário do centro e algumas ruas com belíssimas obras de arte.
Sem dúvida alguma as duas edições do encontro, organizados pela ADR, na cidade de Serrinha, vem se credenciando como um dos principais eventos de grafite do interior baiano. A iniciativa está despertando o interesse de grupos de outras cidades baianas, no sentido de conseguir patrocínios e apoio dos gestores municipais. É o caso, por exemplo, do grafiteiro feirense Kabeça, que participou da pintura de um mural e aproveitou para reunir elementos, trocar informações e contar com o apoio dos grafiteiros para organizar um evento em sua cidade. “Esse é o meu objetivo”, justificou.
Segundo o grafiteiro Roes, um dos organizadores do evento, o grupo escolheu o bairro da Cidade Nova por ser o mais populacional e, sobretudo, pela ausência de atividades culturais para os jovens da comunidade. Ele também ressaltou a importância desses encontros, porque estimulam o interesse das crianças pela arte de um modo geral. Roes explicou ainda, como foi fundamental o apoio da secretária da Educação, Jelsivânia Mota e do secretário de Desenvolvimento Social, Antônio Luiz Santos de Sena “professor Luizinho”, dos representantes da Câmara de Vereadores, patrocinadores e moradores. “Através do vereador Elisandro Magalhães, conseguimos recursos para o deslocamento de grafiteiros de outros estados,” revelou.
Para o aposentado João Batista dos Santos, presidente da Associação Beneficente e Cultural dos Moradores do local, “a atitude dos organizadores é muito válida. Um evento de grafite ou qualquer outro tipo de arte, desperta a atenção dos jovens do bairro e do próprio município, distanciando-os de pensamentos ruins”.
Música e rango
Na sexta à noite (8), logo após o encerramento da abertura do encontro, um clima de alegria e descontração tomou conta da galera que curtiu o ritmo contagiante do rap e reggae sob o comando da banda O Terreiro da CDP (Ocupação Guerreira Zé Ferina/Cidade de Plástico de Periperi – Movimento Sem Teto da Bahia), formada pelos músicos Alisson (vocal), Boca (guitarra), Jorge Begó (baixo), Leleu (percussão), Vinicius (djembê) e a participação especial de Iel (bateria). A incansável e simpática Alexsandra Nascimento da equipe da ADR, carinhosamente chamada de Sandra, ficou responsável pela distribuição do rango servido na hora certa, mantendo a rapaziada em forma.
Estiveram presentes os grafiteiros: Alan, With, Dhid, Opreto, Orákulo, Dilan, Ásia, Fumax, Graf, Nikol, Roes, Glaidis, Questão, Mônica, Pinel, Baga, Gringo, Drico, Acme, Blok, Tibe, Furone, Prisk, Iel, Sluts, Eder Muniz, Sank25, Júlio Costa, Frank, Bigod, Kuza, Ásia, Boob, Lee27, Afro (Salvador), Kbça (Feira de Santana), Mêdo (Conceição do Coité), Roes, Girl, Blot (Serrinha), Shermie e Vespa (SP), Hyper (BH), Mirapotira (AM), o muralista Pawzant (EUA), a antropóloga, cientista social e professora da UFBA, Roca Alencar, dentre outros.
Histórico sobre Serrinha
O município está localizado na Mesorregião do Nordeste Baiano, a 173 km de Salvador. Existem 32 bairros, sendo o de Cidade Nova, o maior com 20 mil habitantes. A cidade é tranquila, possui hotéis e pousadas, bares, restaurantes, uma praça belíssima, e se destaca pela realização de grandes eventos, um deles é badalada Vaquejada de Serrinha, que atrai muita gente de cidades circunvizinhas, inclusive de Salvador.
Serrinha teve como seus primeiros habitantes os índios da nação Cariri. Entretanto, foi com a chegada do português Bernardo da Silva, comandante de uma expedição da colonização portuguesa, em 1715, que a organização urbana da cidade se deu. A Igreja Matriz de Serrinha foi concluída em 1780 e possui uma inscrição de mármore no frontispício com os seguintes dizeres: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento e a imaculada Conceição da Virgem Nossa Senhora concebida sem pecado original”. Presume-se que o ano de 1646 tenha sido o início da catequese dos índios Biritingas que dominavam a região. A instalação solene da cidade ocorreu em 30 de agosto de 1891 segundo consta da Ata do Conselho municipal de Serrinha do referido dia.
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Xlutx,
Então é verdade o que você postou no fotolog sobre a “veinha”?
Muito bom rever e saber q pessoas como vc e a antropóloga dão o valor q a arte de rua tem !!
Positividades.
E ainda tô aki em Serrinha …
Kbça, Valeu pela lembrança!
Foi muito bom saber que Serrinha está no cenário do graffite nacional. Agradeço a todos que compareceram a esse encontro com a certeza de que faremos o possível para que o próximo seja ainda melhor….
Parabéns Paranaguá! A cobertura do evento foi muito boa e as fotos estão demais. Espero você aqui em Feira de Santana em julho para o primeiro encontro de grafitti. Ah! Kbça se escreve assim.
Abração.
Apreciei o evento e as fotos.
Um bom e certo caminho para ser
seguido.
Paz