Guardo com sabedoria o que li, certa feita, do educador, professor emérito e membro da Academia de Letras da Bahia Edivaldo M. Boaventura “quem viaja descobre, encontra, reencontra para depois contar. (…) As viagens via de regra despertam a vontade de registrar, de fixar cenários no papel, no filme ou na foto”. Com essa abertura dou início ao relato da minha viagem de férias.a cidade de João Pessoa, na Paraíba.
Logo após o Carnaval de 2018, já com as malas prontas, zarpei com minha doce mulher Shirley e minhas filhas Iamani e Irani. Cansativo foram os voos. Seis horas e meia na ida via Rio de Janeiro e quase sete no retorno via Brasília. No entanto, para as meninas tudo foi novidade e curtição: filmes e lanches no avião, doces Dunkin Donut’s e guloseimas consumidas nos aeroportos.
A cidade de João Pessoa está localizada na região nordeste e ostenta o legado de ser a terceira capital mais antiga do país. Dispõe de excelente programa cultural e turístico, com destinos inesquecíveis, como a vista do farol Cabo Branco, passeios as piscinas naturais da Ponta do Seixas, o colorido do casario do Centro Histórico, além da beleza da orla e das praias do litoral norte e sul.
Optei pelo Anjos Praia Hotel, no bairro de Manaíra, utilizando o aplicativo Booking. Gostamos do espaço. Imóvel novo, ótima localização, apartamento confortável com vista para o mar, além do café da manhã bem sortido. À noite ajustamos o roteiro de visitação elaborado em Salvador pela minha caçula Irani, com alguns complementos já que eu e minha mulher estivemos em João Pessoa em épocas diferentes.
No primeiro dia fizemos o percurso de Uber até o Centro Histórico da cidade. Iniciamos o roteiro pelo Convento e Centro Cultural da Igreja de São Francisco. Logo na chegada, o cruzeiro chama atenção pela beleza arquitetônica, ponto de parada obrigatória para fotos. A igreja em estilo barroco é considerada a maior do país, segundo o guia Eduardo (carinhosamente chamado de Maroin) que nos recepcionou.
No seu interior, apesar de não ter a beleza da nossa igreja em Salvador, internamente tem vários ambientes, o Claustro, a Sacristia e destaques para o balcão suspenso em madeira de lei e as pinturas em azulejos da Nave e do Altar-mor.
Ainda no Centro Histórico estivemos na Academia Paraibana de Letras, na Igreja de Santa Teresa de Jesus e na Catedral Basílica Nossa Senhora das Neve.
Na Avenida General Osório onde está o Mosteiro de São Bento nos chamou a atenção a vistosa fachada da Loja Maçônica.
Próximo à Praça Barão do Rio Branco (Centro), degustamos um saboroso caldo de cana, acompanhado de deliciosos salgados.
No trajeto por ruas menos movimentada, aproveitei para garimpar intervenções urbanas, por sinal muitas delas antigos. Deste ano, só encontrei alguns na Praça do anfiteatro, imediações da Casa da Pólvora, Avenida Epitácio Pessoa,
na Ladeira Feliciano Coelho com a Avenida da Glória e, dois bombs e um trabalho comercial na Avenida Epitácio Pessoa. Surpreendente é a quantidade de pichações em vários pontos da cidade, em prédios abandonados,
fachadas de imóveis, muros, suportes públicos, além das cidades litorâneas que visitamos. O estilo é quase semelhante aos riscos paulistanos e bastantes diferentes dos pichos de Salvador.
Cumprido o roteiro no CH, seguimos para orla de Tambaú. No local, programamos para o dia seguinte, um passeio turístico de catamarã a uma das piscinas naturais da Ponta do Seixas. Abro um parêntese para elogiar a beleza da faixa da orla da cidade. Tudo organizado, iluminado, barracas em pontos estratégicos na calçada.
Próximo à praia, na confluência com os bairros Tambaú/Manaíra, uma parada para relaxar no Bahamas Restaurante e Chopperia.
No cardápio, pedido das crianças, um apetitoso prato de camarão encapotado acompanhado com molho de tomate e batata frita.
Na praça onde fica o totem promocional Jampa – forma carinhosa de chamar João Pessoa – outro clic obrigatório. Dali seguimos para a praia do Bessa, no litoral norte de João Pessoa. Local agradabilíssimo, onde as crianças aproveitaram para tomar banho de mar.
Gostoso foi saborear um delicioso prato típico de carne do sol com queijo coalho em bandeja com aquecimento, curtindo o belíssimo visual do lugar
A noite, clima agradável, demos um rolé pela orla. Ao longo da passarela movimentadíssima, frequentadores do local, turistas, barracas lotadas, uma variedade de produtos à venda. Para fechar com chave de ouro a noite, escolhemos uma das dicas do roteiro gastronômico da cidade: o Restaurante Canoa dos Camarões
O prato escolhido e mais procurado pelos clientes, segundo o garçom, foi uma variedade de camarões (porções de encapotado, ao óleo e ensopado), filé de peixe, siri catado e arroz com brócolis. Uma delícia!
No segundo dia, motorizado, hora de botar o pé na estrada com destino a Cabo Branco, no litoral sul da cidade. O farol é um dos mais importantes e visitados cartões postais da capital. Em frente está o monumento Rosa dos Ventos, referência ao ponto mais oriental das Américas. O farol que era conhecido por marcar o referido ponto, atualmente tal título pertence a Ponta do Seixas, que se situa nas proximidades.
No local também está o Parque Ecológico Bosque dos Sonhos, um espaço multifuncional com diversas lojas de artesanatos, lanchonetes, área para shows, parque infantil e sorveterias. Destaque para os sorvetes de caipirinha, caipiroska, tangiroska e as variadas opções, como por exemplo, rapadura (esse degustamos), dentre outros.
Próximo ao farol, a proprietária da barraca Jóias de Osso, a artesã e escritora Cida Santos, nos impressionou com o seu carisma, carinho e gentil atendimento.
No final da manhã, embarcamos no catamarã Extremo Oriente na praia de Tambaú. A bordo muitos turistas com destino as piscinas naturais do Seixas, que fica a 2Km do local da partida. O tempo de navegação é de meia hora até a região apelidada de “caribe brasileiro”. A emoção toma conta quanto é autorizada a descida. A maré não estava muito baixa, dava acima da cintura.
A sensação é indescritível desfrutando o refrescante banho de mar com a água morna naquele paraíso tendo a sua volta pequenos peixes coloridos. As meninas ficaram deslumbradas! Antes do retorno, alguns turistas, inclusive a minha caçula curtiu o momento de aventura: escorregar no tobogã (veja video 1) instalado na parte superior ao lado da embarcação. “Foi demais, papai!”, disse emocionada.
No terceiro dia, seguimos em direção a praia de Tambaba , no município de Conde, litoral sul da Paraíba. Antes de chegar na praia, é inevitável não curtir a vista do mirante, local ideal para fotos e apreciar a natureza (veja video 2). Verdadeiro cartão postal!
Além disso, a praia reúne lindas falésias, paredões de pedra, água morna e tranquila para banho. Nos arredores da enseada fica o acesso à praia de nudismo.
Acomodados numa mesa com cadeiras e sombreiro alugados (o preço não é caro),
egustarmos um delicioso peixe Serra frito com acompanhamentos e uma ceva bem gelada, no meu caso “zero álcool”. Depois fomos conhecer a praia de Coqueirinho, que é bastante frequentada. A curiosidade nos fez seguir margeando a praia até o final do caminho onde está instalado o Restaurante Canyon, numa área da Fazenda Praia Encantada. Local aconchegante e bem casual, ideal para frequentar com a família e crianças. Praia linda! (veja vídeo 3).
De retorno a João Pessoa, ainda visitamos a aldeia indígena Tabajaras, a fim de que as meninas tivessem a oportunidade de conhecer e vivenciar um ambiente de índios – uma experiência inédita para elas.
A próxima parada foi na barraca Peixada Recanto do Mar, na praia de Ponta do Seixas. Chegamos já no final da tarde e sem muita movimentação de banhistas. O local é muito bonito!
Recordei-me de quando estive pela primeira vez em João Pessoa. Após a visita ao farol, eu e meu colega e amigo Cacá, estivemos nessa praia.
Terceiro dia. Na programação, conhecer um artesão de “kenga de coco” residente na cidade de Cabedelo, que fica na Região Metropolitana ao norte de João Pessoa, garimpar intervenções e pela tarde desfrutar de um passeio de barco pelo rio Paraiba, em Jacaré.
Em Cabedelo fizemos um giro pelo centro, imediações do porto, Rua Pres. João Pessoa, onde está a Paróquia Coração de Jesus, depois seguimos para Jacaré. O local é muito bonito, limpo e bem arrumado. Ao longo da passarela que margeia o rio, o visitante encontra uma variedade de lojinhas com grande diversidade de artesanatos (vale lembrar de comprar umas lembrancinhas), esculturas de jacaré – pontos estratégicos para fotos -,
além de palcos para apresentações musicais. E, para quem curte, no final da passarela ficam as barracas com artesanato hippie.
Por volta das 17 horas embarcamos no barco “100% Lazer”. Durante a Quando iniciou o passeio pelo rio, “Jurandir do Sax” fez sua primeira apresentação tocando a música em homenagem a Ayrton Sena. Na sequência, um casal vestido tipicamente de jagunços, interage com os turistas promovendo diversas brincadeiras,
como: danças individuais no ritmo do forró (veja vídeo 4) e quadrilha junina. Esse momento é de muita descontração e gargalhadas. O bom estava por vir. No horizonte, o sol se põe, mas, discreto, desaparece sombreado pelas nuvens escuras.
A bordo de um pequeno barco surge o saxofonista tocando o Bolero de Ravel (veja vídeo 5). O barco contorna as embarcações para deleite dos passageiros e do público apreciando do pier. Impressionante o silêncio que as pessoas fazem para ouvi-lo. O show é imperdível! Outro momento especial é às 18 horas, quando ele encerra sua apresentação tocando Ave Maria (veja video 6), num dos palcos da passarela.
Quarto e último dia. Finalizamos a programação, retornando ao Centro Histórico, para visitar a Casa da Pólvora; estação ferroviária, rodoviária e comprar algumas lembranças no Mercado de Artesanato em Tambau.
Após o check out no hotel, ainda deu tempo de degustar um apetitoso “bacalhau ao murro”, no tradicional restaurante Casa do Bacalhau, em Manaíra.
Em seguida, partimos para o aeroporto de volta para nossa cidade do Salvador. Até breve!
Veja os vídeos abaixo:
(Fotos&vídeos: byJFParanaguá. Shirley, Iamani e Irani Paranaguá. Direitos reservados. Denuncie abusos).