O belíssimo painel com pluralidade de técnicas e muito colorido chama a atenção de quem circula pela Rua do Oriente, importante via de ligação entre o bairro da Fazenda Grande e o Largo do Tanque (Liberdade), Subúrbio de Salvador. A iniciativa do grupo denominado “Humanoides Kids”, formado pelos grafiteiros Filó, Reiv, Baga, Grafi, Momo, Drico, Pinho, Trigo, Leo-1, Sagaz e Júlio, quebrou a monotonia do cinza do muro da área onde está localizado o antigo reservatório de água da Embasa, transformando em uma galeria de arte a céu aberto.
(Foto: byJFParanaguá. Direitos reservados. Denuncie abusos).
Leia abaixo nota publicada em 09/06/2016, no Caderno Cidade/Tribuna da Bahia, de autoria da jornalista Maira Cortês, sobre o antigo reservatório do Alto do Peru:
Moradores dizem que a Embasa quer demolir caixa que é símbolo de bairro
Uma caixa d’água localizada na Rua do Oriente, no Alto do Peru, no bairro de São Caetano, virou motivo de impasse entre a comunidade local e a Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa). Moradores alegam que a Embasa quer demolir o equipamento, considerado um símbolo importante para o bairro. Por causa disso, cerca de 400 pessoas fizeram um ato de manifestação para chamar a atenção do poder público e evitar a demolição.
Eles prometem realizar outra manifestação ainda esta semana. A data ainda será confirmada. Morador há 45 anos do local, o professor Roberto Freitas está indignado com os planos que ele acredita ter a empresa de abastecimento para o local. “O Centro da Coréia, como chamamos a caixa d’água, já faz parte da vida dos moradores, além de ser um ponto de referência para a cidade. O espaço é bem grande e temos pleiteado, inclusive, a construção de uma praça ou de um parque infantil”, afirmou o morador.
Em nota, a assessoria de comunicação da Embasa negou que a empresa vai demolir a caixa d’água, mas que um projeto para a sua reativação encontra-se em fase de elaboração. Ainda segundo o comunicado, o centro de reservação existente no Alto do Peru está desativado há cerca de cinco anos. Atualmente, a água que abastece a localidade é proveniente de um reservatório localizado no bairro. As linhas que abastecem o Alto do Peru operam normalmente.
Mesmo se houver a reativação, moradores discordam do projeto. “Isso ai dentro é um reservatório cheio de muriçoca e mosquito da dengue. Vai reativar para quê? Não concordo nem com a demolição nem com a reativação. O que a gente quer e precisa é de uma área de lazer, o que dá pra fazer muito bem ai dentro”, revelou um morador que preferiu não se identificar.
Inaugurada em 1954, a estação possui dez mil metros quadrados, área atualmente sem utilidade, e é considerada um símbolo cultural para o bairro. “Não quero que tire ela daí não. Até lá do mar dá pra ver essa caixa. Em vez disso por que não pintam ela e fazem dela um ponto turístico?”, sugere a moradora M. A. R., que mora em frente ao espaço.
A discussão sobre a utilidade do espaço da estação acontece desde 2013, quando, em novembro, foi realizada uma audiência pública no Centro Social Dom Lucas Moreira Neto. “Espaço tem, basta agora boa vontade. Isso pode virar um instrumento para muitas coisas e beneficiar o nosso bairro. Um mirante, quadra de futebol, praça, até local para treinamento de bombeiros, prática de rapel, entre outras coisas”, sugere o professor Roberto Freitas.
A luta para manter a caixa d’água se dá também pela própria história da cidade. De acordo com historiadores, por ser um local alto e próximo do mar, foi no Alto do Peru que os portugueses subiam para vigiar o mar diante da ameaça de invasão da cidade por parte dos holandeses.
O painel é lindo, mad a caixa d’água.
A caixa d’água é fantástica. Inclusive irei tatuar essa caixa d’água. Sou do alto do peru.
Gelton, obrigado pelo cimentário!