Durante cinco dias, os muros da empresa Marcosa viraram ‘tela’ para um grupo de artistas locais. A ideia de transformar parte da empresa em ‘spot’, como é conhecido o lugar onde é produzida a arte do grafismo, partiu de uma iniciativa do gerente de Oficina, Marcelo Leal, como forma de incentivar a arte local e de dar visibilidade às máquinas da empresa.
O grupo Feijão Azul foi o responsável pelo grafite. Ao todo, quatro grafiteiros (ou writers, como são chamados) participaram do projeto: Júlio Costa, Marcos, Iale Almada e Carlos Jodson que são conhecidos como Bigod, Prisk, Questão e Xluts, respectivamente. A ação durou uma semana.
A ideia surgiu por meio de uma necessidade da empresa. Como a área que antes era cercada apenas por grades e possibilitava a visão de quem passava foi murada, a solução foi manter a vista de forma criativa e desenhar a paisagem. “As pessoas param para ver de perto, é como se realmente fosse um grande quadro”, avisa Cibele Souza, assistente de Marketing da Marcosa.
O grafite existe no Brasil desde 1970 e está ligado à cultura hip hop, ou seja, a cultura das ruas, que desde a sua entrada no país defende a estética e a expressão livre de normas e o protagonismo do grafiteiro na sociedade.
Este grupo de grafiteiros já pintou até o muro do batalhão do exército. Eles afirmam que os órgãos públicos entenderam a importância da estética do grafite, e que as empresas estão enxergando a técnica como arte urbana. Júlio Costa, o Bigod, afirma que uma empresa que não trabalha diretamente com arte e que investe em grafite tem algo especial. “É uma empresa antenada com o que acontece no mundo. Grandes museus seguem essa tendência”, conclui. (Texto e fotos foram enviados por Diego Gregório).