Neste post escrevo a continuação da minha estadia em Aracaju. Aproveitei os dias restantes para conhecer as belezas de Croa do Goré, as praias de Atalaia nova, além das cidades históricas de Laranjeiras e São Cristovão e Pinambu. Iniciei o tour, seguindo pela rodovia dos Náufragos, paralela a Avenida Presidente José Sarney (SE-100), no sentido Mosqueiro, depois até Croa do Goré, que não deixa de ser um nome curioso.
Croa, na verdade, quer dizer banco de areia visível quando a maré está baixa. Já Goré, trata-se daquele caranguejo que se esconde na areia cavando com as patas. Depois desse esclarecimento literário, o melhor mesmo é contar como chegar lá. Existem várias lanchas rápidas que fazem o passeio de ida e volta com uma ou cinco pessoas por vez. Ou, então, embarcações maiores do tipo catamarã mais sofisticadas. O passeio custa R$50,00 por pessoa. Um detalhe: conforme os horários de partida, o catamarã fica ancorado e só retorna no final da manhã ou da tarde.
Já chegamos no horário (9 horas) da partida do catamarã Velho Chico, pertencente a uma empresa de turismo. A emoção começou a partir daí. Fomos os últimos passageiros a embarcar. A bordo, três baianos, eu, minha doce Shirley e a pequena Irani, dois casais sulistas, sendo um curitibano e o outro gaúcho, duas jovens sergipanas, além da tripulação formada pelo comandante Beto, os marinheiros Edvan e Alberto e guia e barman Marcos. O catamarã zarpou somente com nove passageiros de uma lotação para 50. Foi um privilégio para o grupo de turistas!
Içada a âncora, o catamarã seguiu pelo Rio Vaza Barris, em direção a Ilha dos Namorados, passando por debaixo da ponte Jornalista Joel Silveira. Ao longo do passeio fomos ouvindo explicações sobre as mansões existentes nas margens do rio, flora e fauna e os manguezais da região, uma grande área preservada da Mata Atlântica.
Nesse primeiro trajeto, a segunda emoção: o banho de hidromassagem nas águas do rio. os passageiros (dois de cada vez) podem deitar na rede de cordas bem resistentes fixadas nas laterais da embarcação e aproveitar a massagem que água faz durante o deslocamento do catamarã. Muito legal a experiência!
A terceira emoção é na chegada a Ilha dos Namorados, um espetáculo da natureza. Um enorme banco de areia que é banhada, de um lado, pelo rio e, do outro pelo Oceano Atlântico. O lugar é muito gostoso próximo à foz do rio, onde ficamos aproximadamente 40 minutos para tomar um banho e poder caminhar naquele paraíso, na companhia dos pequenos caranguejos.
Na sequência, o catamarã seguiu caminho rumo a Croa do Goré, o local tão esperado. O banco de areia é menor do que a ilha dos Namorados. Em compensação, o movimento de pessoas é muito grande.
No desembarque o guia/barman avisou: tempo de permanência de uma hora. O banho de mar é muito relaxante, uma mistura de água doce e salgada. Além do serviço de bordo do catamarã ser excelente, os passageiros ainda tiveram o direito a mesas com cadeiras e sombreiros, com atendimento em terra, ou melhor, na areia. No cardápio, pratos de frutos do mar, tira-gostos de filé, dentre outros, pastéis e bebidas.
Um dos tripulantes contou que os visitantes curtem muito é o bar flutuante quando a maré está subindo. São servidos pelo bar, com a água chegando até os joelhos. Desta vez não deu pra curtir o bar flutuante. A quarta e última emoção foi o momento do aviso para o embarque de volta. O foi passeio é imperdível.

Este blogueiro posa no barco grafitado por artista desconhecido, um dos elementos de decoração da barraca Bar Nova Opção
No retorno fiz um pit stop na barraca Bar Nova Opção, na praia de Aruanã. O espaço é bem aproveitado pela proprietária, com área gramada, coqueiros mirins e brinquedos para diversão das crianças. Na sequência do tour, conheci depois o Paraíso do Baixinho, por sinal um local muito badalado, com várias barracas e ótimo ambiente. Vale a pena pintar nesses points.
O roteiro da programação do dia seguinte incluiu a visita as cidades históricas de Laranjeiras e São Cristovão, que ficam na Região Metropolitana de Aracaju, a menos de 30 km da capital seguindo pela rodovia BR-101. A primeira está a 29 quilômetros ao Norte e a segunda fica a 23 quilômetros ao Sul de Aracaju.
A caminho de Laranjeiras, antes passei para conhecer o centro da cidade de Nossa Senhora do Socorro. De volta à rodovia BR-101, algum tempo depois, peguei o acesso à direita, em seguida passei por debaixo da rodovia no sentido de Laranjeiras, cidade tombada pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, desde 1996.
A primeira parada foi na Igreja Bom Jesus dos Navegantes, que fica localizada num ponto alto na entrada da cidade. Desse local privilegiado o visitante contempla a paisagem panorâmica das casas, a área do mercado e a Igreja do Senhor do Bomfim, localizada no alto de outro morro.
No centro da cidade, passei em frente das Igrejas de São Benedito e da Matriz Sagrado Coração de Jesus (construída na segunda metade do século XVIII) e casarios. Circulei pelas cercanias do mercado, com muitas barracas e bastante movimento de pessoas, por fim, um tempo pra relaxar sentado ao lado do monumento dedicado a João Sapateiro.
Depois de saborear uma comida caseira, à moda self service, continuei o tour, seguindo pela rodovia BR-101, sentido sul, com destino a São Cristovão. Fique ligado na placa indicando retorno e São Cristovão.
A poucos metros, dobre o acesso à direita, onde outra placa indica 5 Km até São Cristovão, a quarta cidade mais antiga do país e também a primeira capital de Sergipe.
Visitei igrejas, museus e construções de estilo barroco dos séculos XVII e XVIII. Como destaque, cito a Santa Casa da Misericórdia tombada pelo Iphan, Museu Histórico de Sergipe, instalado no antigo Palácio Provincial, as Igrejas Matriz Nossa Senhora da Vitória, edificada pelos jesuítas XVII e o Convento da Ordem Terceira do Carmo, em estilo barroco, também do século XVII.
Graças à gentileza da voluntária religiosa Ivonete Santo, foi possível entrar na igreja e no Convento da Ordem Terceira do Carmo. Era horário de almoço. Muito atenciosa, se predispôs a mostrar o interior dos dois espaços, ricos em detalhes dos altares; sala dos milagres; a sacristia da Ordem Terceira, com belas pinturas no forro.

Este blogueiro, Ivonete Santos, minha mulher Shirley e a jovem Daslene (neta de Ivonete), próximo a gruta, local de orações da religiosa Irmã Dulce
Um dos pontos altos dessa visita foi saber que o convento abrigou a famosa Irmã Dulce entre os anos de 1933 e 1934. Além disso, levou-nos a parte do fundo do convento onde existe uma gruta construída em homenagem à Nossa Senhora de Lourdes, lugar onde a religiosa gostava de fazer suas orações. Se for a São Cristovão não deixe de conhecer o conjunto arquitetônico do Carmo. É uma visita obrigatória.
Existem duas opções para sair de São Cristovão: uma pela rodovia BR-101 ou seguindo por uma via interna até o entroncamento com a rodovia SE-100. Escolhi a segunda opção. Pela rodovia SE-100 segui em direção até o entroncamento de Mosqueiro com a Avenida Presidente José Sarney.

Praia de Mosqueiiro: Caranguejo, peixe frito, refri e cerveja bem gelada pra selar o dia movimentado
Cansado, fiz uma parada numa barraca na praia do Mosqueiro. O lugar é bem simples e o serviço ótimo. Mas, antes de saborear o almoço, aproveitei para acompanhar a família no banho de mar. Um fato me chamou a atenção. Uma das características das praias de Aracaju são as águas escuras. No entanto, são limpas e com ótima temperatura.
E, por último, a visita a localidade de Pinambu, mas especificamente, a praia que tem vista para o Porto de Sergipe. Pra chegar até lá, tomei o destino do centro da cidade e atravessei a ponte Construtor João Alves, que liga a capital ao município Barra dos Coqueiros, no Litoral Norte. Na primeira rotatória, segui à esquerda sentido Pirambu e Porto de Sergipe através da rodovia SE-100. Dali, percorri cerca de 14 quilômetros até a segunda rotatória, localizada na entrada do porto, no entroncamento com a rodovia SE-240. Continuei no mesmo no sentido, na mesma rodovia, agora com destino a Pirambu.
Antes de chegar a entrada principal, dobrei à direita e segui por uma estradinha de terra cercada por enormes torres de energia eólica que termina na praia que citei cima. Na volta, a oportunidade de comprar um pacote de mangada, por R$10,00, um fruto nativo e típico do nordeste brasileiro, à venda em diversos pontos à beira da rodovia SE-240. Até a próxima viagem!
(Fotos: byJFParanaguá, Irani Paranaguá e Cintia Valeska Denuncie abusos. Direitos reservados).