Giro pela Europa II: Um olhar sobre o grafite – Lugano e Riva del Garda

 

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Trem e metrô são os suportes preferidos dos grafiteiros europeus

Vocês não fazem ideia de como fico desapontado quando estou em alguma cidade e não encontro uma intervenção para registrar. Mesmo que seja até um “picho”, contanto que identifique minha passagem pelo local. Por sorte, quando cheguei a Lugano fotografei um bomb no vagão de um trem estacionado na estação de passageiros. Talvez, a foto acima não seja uma prova documental do lugar, mas foi a única que garimpei. Fotos de JFParanaguá. (Direitos reservados. Denuncie abusos).

byJFParanaguá

Ao fundo, a montanha parecida com o Pão de Açucar carioca

Durante a viagem até chegarmos a Lugano, situada na Província de Ticino, bem na divisa com a Itália, cruzamos diversos túneis, inclusive o San Gottardo Pass (passagem de montanha), maior de todos que já cruzei até hoje, com aproximadaemnte 17 km de comprimento e uma infraestrutura no seu interior, garantindo muita segurança aos usuários. Nos relatos do romano Pietro Gallina, ele disse que “os melhores construtores de túneis do mundo são os italianos”. Após alguns metros da saída do San Gottardo tivemos que fazer uma parada, a fim de apreciarmos o cenário da linda paisagem da neve sobre as montanhas, chegando até às margens da rodovia.

A permanência em Lugano foi rápida, não sendo possível um reconhecimento maior da cidade. Encontramo-nos com Luanna, também amiga de Gallina, que é cantora e mora na cidade. A nossa anfitriã nos levou para conhecermos alguns pontos turísticos. O passeio pela Orla nos remete a cidade do Rio de Janeiro, porque uma das montanhas que contornam o lugar tem forma parecida com a do Pão de Açúcar carioca. Além disso, a cidade é conhecida como o pequeno Rio de Janeiro. Depois paramos para almoçar no Ristorante Bar, localizado na parte alta de onde se tem uma visão panorâmica do Lago de Lugano e arredores. Destaque também para os jardins da cidade com uma variedade de azaléias.

Uma das intervenções urbanas em Riva del Garda

Uma das intervenções urbanas em Riva del Garda

Saímos no meio tarde de Lugano com destino a Riva del Garda. Passamos por dentro da cidade de Milão, pelos arredores de Brescia, depois seguimos em direção a Riva, margeando o lago pela estrada formada por uma série de túneis com diferentes comprimentos, alguns ainda mantendo as características, pois foram esculpidos nas montanhas, sem uso do concreto, podendo-se observar as irregularidades das pedras. O lago com veleiros e barcos navegando e as montanhas ao redor formam um belíssimo visual. Quando chegamos ao hotel, fomos recepcionados pelo amigo de Gallina, professor Alberto Maganzini, residente na cidade.

Museu Cidadão visto por outro ângulo

Museu Cidadão visto por outro ângulo

No outro dia, depois dos compromissos oficiais, seguimos para conhecer o Museu Cidadão (antigo Rocca, uma fortaleza medieval do sec. XIII), que fica no lago contornado por um canal. O acesso se dá através de uma ponte levadiça. Fiquei impressionado com o acervo abrigado no espaço, além da atenção da museóloga, explicando detalhadamente cada peça ali exposta, como por exemplo, uma linda coleção de quadros, estátuas e muitas peças arqueológicas encontradas no território. Ao sair do museu optei por fazer uma caminhada pelo centro de Riva, que fascina pela belíssima arquitetura, testemunho da história antiga e de um passado rico em arte e cultura; a torre de Apponale e a Central Elétrica. A torre é considerada o símbolo da cidade, sendo construída no ano 1200, por motivo defensivo; o histórico Palácio Comune (sede Municipal); as embarcações atracadas no porto, mercados e restaurantes ao redor do lago, formam um cenário para jamais ser esquecido.

"Picho"em forma de "tag" no imobiliário urbano de Riva del Garda

"Picho"em forma de "tag" no imobiliário urbano de Riva del Garda

Do centro, segui em direção ao atracadouro dos veleiros e me deparei com um grafite num canto de uma parede. Mais adiante encontrei um “tag” (assinatura) não sei se de um pichador ou grafiteiro. Na verdade não esperava encontrar nenhuma intervenção, devido à afirmação de uma autoridade local a respeito da proibição desse tipo de manifestação. E para evitar isso, determinada data do ano é realizado um evento de grafite com pinturas em tapumes de madeira.

Detalhe do interior do Bastione (antiga fortaleza militar)

Detalhe do interior do Bastione (antiga fortaleza militar)

No dia seguinte pela manhã bem cedo fui conhecer o Bastione (Bastião), uma antiga fortaleza militar localizada numa posição estratégica, que na época tinha a função de dominar a cidade e a chegada de navios inimigos. Atendendo recomendação de Maganzini, acostumado a fazer o trajeto de bicicleta, usei um agasalho por ser muito frio na parte alta e subi devagar, devido à inclinação e o zigue-zague. No início da subida, tem uma placa com esclarecimentos sobre o tempo gasto por cada pessoa. Procurei não cumprir nenhuma das sugestões, parando de vez em quando para curtir a vegetação e imaginar como foi o processo para construir a estrada feita na época toda de pedra. Quando cheguei ao topo entendi o conselho do amigo Maganzini. É necessário estar bem preparado físicamente.

A estrutura do Bastione também foi construida de pedras. Há uma preocupação das autoridades em preservar o patrimônio, inclusive mantendo suas características. No interior, o acesso aos compartimentos é feito através de escadas de chapas, devido ao desgate do tempo. Na parte superior, olhei de uma das aberturas e, com certeza aquela era a visão que o observador tinha da cidade e de toda extensão do lago. Do lado de fora, apreciando do mirante, a vista do alto é algo fantástico, principalmente da Piazza 3 Novembre, onde estão o Museu Cidadão e a torre e o Lago de Riva. Para amenizar o frio, aproveitei para tomar, como se diz em italiano: “caffè con latte caldo”, numa cafeteria existente no local.

Depois que desci fui conhecer o outro lado da cidade a pé. Caminhando por uma das ruas do comércio, encontrei uma figura com um instrumento de sopro e notei que parava em frente às lojas para tocar e receber uma recompensa. Quando olhou para mim fazendo pose tirei uma foto do pedinte/tocador. Continuei a caminhada até chegar a Igreja de Maria Inviolata, construída em 1603. Um exemplo da arquitetura barroca das construções sagradas de Trentino, com sua planta octogonal. O seu interior é rico de detalhes e decorado de estuques de gosto barroco.

Igreja de Santa Inviolata: além da beleza interior, o piso chama atenção pelas formas geométricas

Igreja de Maria Inviolata: além da beleza interior, o piso chama atenção pelas formas geométricas

No quesito gastronômico, degustei diversos pratos, inclusive um delicioso “spaghetti salsa” feito por Maganzini, no jantar servido em sua belíssima e acolhedora residência. Permanecemos por mais três dias em Riva, aproveitando para conhecer Verona, Mestre/Veneza e Modena/Maranello. Veja mais no filme abaixo. Até o próximo post!

4 comments for “Giro pela Europa II: Um olhar sobre o grafite – Lugano e Riva del Garda

  1. Maria Luiza
    5 de fevereiro de 2012 at 22:10

    Você, mano, proporciona às pessoas especialmente para mim a oportunidade de viajar igualmente quando leio um livro, pois, a leitura conduz a conhecer o mundo o que, notadamente ocorreu com as fotos quando da sua viagem à “Europa II” – União Européia que tem como integrante a Itália que faz parte dos 27 países que completa a referida UE. País, conhecido pelos seus artistas famosos, a exemplo de Leonardo da Vinci, Michelangello e outros, e visitado por você -um artista brasileiro, que propicia essa beleza admirável. Vivencio nesse momento o século XIII como também a arquitetura barroca. No que tange a gastronomia da Itália, ela é considerada como requintada. PARABÉNS!!!! Que DEUS te proteja e o ilumine sempre. AXÉ!!!!!. Maria Elétrica.

  2. quele
    16 de janeiro de 2012 at 16:10

    As fotos são espetaculares, bem que Janaína falou que o pai dela era feraaa….

  3. Janaina Paranaguá
    16 de janeiro de 2012 at 16:07

    Papi eu amei as fotos, o bicho…………….
    KKKKKKK

  4. 15 de janeiro de 2012 at 19:36

    Em tempo: As fotos do filme não foram feitas somente por mim. Algumas são do meu amigo Pietro Gallina.

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