Pela terceira vez estive em Fortaleza, capital do Ceará, situado no norte da Região Nordeste do país. A primeira, lá se vão mais de 30 anos, indo atém, à época, à nativa Canoa Quebrada. A segunda, em 2010, na companhia da família, permanecemos dois dias na cidade e os outros três no complexo do Beach Park, participando das comemorações do aniversário de um coleguinha de minha filha Irani, do tempo do maternal na Escola Gurilândia, atualmente Gurilândia International School. A terceira, por quatro dias curti um final de semana maravilhoso com minha doce Shirley, numa promoção bem bacana ao utilizar as milhas no limite de vencimento na aquisição do combo passagem aérea/hospedagem, organizado pela CVC.
A viagem em voo da Latan, tempo de 1h45min foi rápida e tranquila, com desembarque no Aeroporto Internacional Fortaleza Pinto Martins, inclusive é um dos poucos em que fica dentro da cidade, situado a apenas 10 quilômetros da região central da metrópole.
Apesar da viagem ter deixado saudade e preenchida no que havíamos programado, além das dicas da engraçadíssima guia Cibele, sobre os pontos turísticos mais interessantes, a demora na recepção da CVC no desembarque e o tempo de mais de 3 horas no transfer do aeroporto até o Iate Plaza Hotel, foi o ponto fora da curva que nos deixou muito chateado.
Primeiro dia. Assim que chegamos no hotel, deixamos as malas no apartamento – bem espaçoso, confortável e de frente para o mar – fomos ao Mercado dos Peixes, que fica bem próximo ao hotel, localizado na Avenida Beira-Mar, bairro Mucuripe. O nome Mucuripe me remete a letra de autoria do cearense Fagner “As velas do Mucuripe Vão sair para pescar Vou levar as minhas mágoas Pras águas fundas do mar Hoje à noite namorar Sem ter medo da saudade E sem vontade de casar…”
Escolhemos a barraca Lurdinha e Neto, Bebidas e Frituras para tomar uma cerveja bem gelada, degustar um tira-gosto e esquecer o contratempo do transfer. Pedi o cardápio ao garçom Ariel, muito atencioso me disse, mostrando-nos o cardápio: “o senhor escolhe os acompanhamentos, pode ser baião de dois (feijão com arroz) e Macacheira (que conheço como aipim),
depois vá até um daqueles boxes comprar um tipo de peixe ou crustáceo que preparamos na hora”. De volta do box 35, entregamos os sacos com camarão e peixe Pargo – em Salvador, chamamos de Vermelho -, por sinal muito baratos. Além do excelente preparo dos pratos,
a vista para o mar de Fortaleza torna-se um atrativo a mais, principalmente a concorrida presença de turistas para ver e fotografar o belíssimo por-do-sol.
De retorno ao hotel, deixei minha mulher e fui ao supermercado, a fim de comprar gêneros alimentícios e bebidas que fica muito mais barato. Não vale a pena consumir o que está no frigobar. Sai muito mais caro!
Segundo dia. Por conta do tempo, não optamos pelo city-tour, aliás um programa excelente para você poder mapear os locais que deverá voltar com mais calma.
Após o café, com muitas opções, fomos de Uber até o Mercado Central. ]
Da penúltima vez em que estivemos no local, não existia a bela pintura na fachada do prédio, de autoria do artista Acidum.
Ficamos também impressionados com o aglomerado de gente ocupando os espaços no meio da pista e das calçadas ao longo da Av. Alberto Nepomuceno, no Centro da cidade, no local que, em pouco tempo, vai se tornando a maior feira ao ar livre como ponto forte de confecções do Estado, e uma das maiores do Nordeste, denominada Feira da Madrugada.
Uma multidão de vendedores e pessoas vendendo todo tipo de roupa. Pra quem gosta de compras é uma excelente opção. São dezenas de lojas e uma infinidade de feirantes espalhados nas ruas e galpões da rua e arredores vendendo langeries, roupas íntimas pra homens e mulheres, vestidos, calças, bermudas, acessórios diversos, dentre outras com ótimos preços.
Aproveitamos a oportunidade para fazer algumas compras no Mercado Central. Depois pegamos um Uber com destino ao Parque Jardim Japonês, que estava fechado para reformas. Visto de longe é um espaço bonito.
O espaço é uma homenagem ao primeiro imigrante japonês no Ceará, Jusako Fujita, que mudou seu nome para Francisco Guilherme Fujita, pois fugia da II Guerra Mundial. Seguimos pela avenida, passando pela praça do Skate, com muitas intervenções artísticas, grafites e pichações, e a praça da estátua de Iracema do Mucuripe.
O local da escolha para colocar a escultura do artista plástico pernambucano Corbiano Lins, era onde Iracema contemplava o horizonte aguardando o retorno de seu amado, o “Guerreiro Branco”.
Finalizamos o percurso no Mercado dos Peixes por gostar dos pratos e do ambiente bem descontraído. Desta vez escolhemos a barraca Ana e Luiz, o Rei dos Cornos, Pratos e Porções, mas, por conta do atendimento diferente fomos para a barraca da Ana.
Seguindo a tradição, optamos por lagosta com salada e farofa. Antes, Shirley degustou um prato de ostra fresca, saboreando cada uma delas.
À noite fomos até a Ferinha Beira-Mar, localizada em frente à Praia do Meireles, na avenida beira-mar. A feirinha é uma ótima opção de passeio e compras.
São várias barracas vendendo artesanatos, castanhas, doces, bijuterias, artigos para decoração, eletrônicos. A movimentação de pessoas é muito intensa. De lá, seguimos para visitar o Centro Cultural Dragão do Mar, grande referência em cultura e arte da cidade. Está localizado em um dos bairros boêmios, próximo a praia de Iracema.
O Centro Cultural dispõe de dois museus (Cultura Cearense e Arte Contemporânea do Ceará), biblioteca, teatro Dragão do Mar, Anfiteatro, salas de cinema e uma praça, local onde acontecem muitos eventos gratuitos. No entorno do centro existem diversos bares, restaurantes, além de uma área onde estão vários foods trucks.
Depois de percorrer e fotografar grafites e estátuas de figuras ilustres cearenses, fizemos uma parada no Alma Gêmea Bar e Restautante, saboreando um delicioso prato de carne de sol com saladas. No retorno, planejamos para o dia seguinte alugar um carro para poder cumprir a nossa programação.
Terceiro dia. O aluguel do carro foi uma mão na roda. Visitamos vários lugares. Mas, desta vez, em nossa programação não constou Canoa Quebrada, Lagoinha e Jericoacoara. Ficou para outra oportunidade.
A jornada começou cedo. Iniciamos pela Locadora, depois seguimos em direção ao centro. Primeiro passamos em frente ao Theatro José de Alencar, fechado para reformas.
Depois visitamos a catedral que estava aberta. A arrojada arquitetura com torres bem altas em estilo gótico-romano foi construída no lugar da Antiga Igreja da Sé.
Chama atenção a beleza dos vitrais no seu interior.
Dando seguimento ao roteiro, partimos para praça Luiza Tàvora, localizada no seio da Aldeota. Um lugar arborizado com playground, bicicletas, pista de skate, além de centro de artesanato.
A caminho da praia do Futuro, tivemos a curiosidade de conhecer o antigo farol de Mucuripe – construção de alvenaria, madeira e ferro, em estilo barroco -, que fica nas imediações da área do porto e próximo da Comunidade ServLuz. O farol é considerado um símbolo histórico de Fortaleza, entretanto sofre com a situação de abandono. A parte externa e interna e todo o entorno tem várias pichações e bombs.
A praia do Futuro é uma das ´praias mais frequentadas de Fortaleza. Existem muitas barracas com excelente infraestrutura ao longo da Orla. Também algumas precisando de melhorias. As mais frequentadas, por conta da estrutura, são a Crocobeach e Chico do Caranguejo, onde degustamos bolinho de camarão e caranguejo. O espaço é bem agradável, mesas em área sombreada por coqueiros e, pra quem curte, de frente para o mar. Além de restaurante, bar, espaço vip com piscina privativa, lojas e parque aquático. Vale a pena pintar por lá.
No meio da tarde seguimos em direção a Universidade Estadual de Fortaleza, no bairro Itapebi, com a finalidade de garimpar a intervenção artística no muro frontal do Campos existente na Avenida Dr. Silas Mungaba.
O belíssimo mural cheio de cores de autoria dos artistas Sandro Brasil e Márcio Careca, contou com apoio da Administração da instituição.
À noite saímos para jantar na tradicional Cantina Di Napoli, na Avenida Moreira, bairro Meireles. O estabelecimento bem italiano, acolhedor, bom atendimento, mesas cobertas com toalhas xadrex e velas dão um toque romântico. Como entrada, a buschetta a la moda di Napoli e, o prato principal, pedimos o filé à parmegiana o mais escolhido pelos frequentadores. E para brinda esse momento: o vinho italiano Lambrusco Rosso, da região de Reggio Emília.
Quarto e último dia. Tão logo tomamos o café, seguimos para o Centro Fashion. A informação de que funciona a partir das 7 horas, deveria ser cumprida pelos lojistas, porém a maioria só chega depois das 8 e meia.
O local é fantástico para compras de variados vestuários. São várias lojinhas distribuídas em quatro andares com muitas novidades e também muita mercadoria similar, sendo que nos andares superiores os produtos são mais caros. A disponibilidade de tempo é muito importante para percorrer todo o centro. T
Também estivemos nas Bibliotecas Pública Governador Menezes Pimentel e na Artes Visuais Lenilson – Centro Cultural Dragão do Mar, para fazer a doação dos exemplares do livro de minha autoria “A Arte na Rua – Resgate de Intervenções Artísticas Urbanas de Salvador.
O próximo passo foi o Museu da Indústria, localizado em frente ao Passeio Público e próximo do Centro de Turismo. No museu está a exposição “Novos Olhares para Monalisa”, composta por mais de duas centenas de releituras da tradicional obra de Leonardo da Vinci,
em diferentes técnicas e estilos de pinturas, gravuras, esculturas, bordados, dentre outros. O valioso acervo faz parte da coleção pessoal da médica Veridiana Brasileiro, que homenageia Leonardo da Vinci pelos 500 anos da sua morte em 2019.
Até chegar ao Centro de Turismo, passamos pelo Passeio Público, inclusive no seu interior tem uma árvore africana Baobá, depois o prédio da Santa Casa da Misericórdia e, por fim, o centro abrigado numa antiga cadeia pública.
O prédio erguido em 1866, possui uma arquitetura neoclássica com linhas sóbrias totalmente reformuladas, portões de ferro, um jardim bem cuidado, além 180 lojas de artesanato e outros artigos típicos da culinária cearense.
No final da tarde fizemos o check-out no hotel e optamos por pegar um táxi e dispensar o transfer da CVC. A experiência na chegada não foi das melhores.
Tchau Fortaleza! De volta à cidade de Salvador.
(Fotos: byJFParanaguá, Shirley Paranaguá, Ariel e outros. Direitos reservados. Denuncie abusos).