Tudo começou em dezembro de 1999, quando o jovem Maurício Oliveira Santos, com apenas 14 anos, retorna a cidade natal de Serrinha, interior da Bahia, com o intuito de revolucionar a temida arte proibida denominada pichação. No início do ano seguinte, esse mesmo jovem conquistou diversos espaços na cidade, divulgando, na época, a crew MIS (Malucos Infernais Suicidas), do grupo de pichadores que fez parte, na cidade de Caucaia, estado do Ceará, onde residiu de 1997 a 1999.
A tag Master estampada em vários pontos das cidades de Cacauia e Fortaleza (CE) foi a sua principal fonte de inspiração para entrar no mundo da pichação. Por onde andou a pé ou de “buzão” encontrava o nome ou o pseudônimo do pichador. Decidiu então iniciar uma busca até descobrir um dos companheiros que revelou o significado de Master: o poderoso, o mestre, o professor, o grande. Além disso, ainda recebeu a seguinte orientação: “para pichar, você deve ter uma tag que represente e signifique algo que tenha a ver com a sua vida ou com o seu dia a dia”. No início de 1998, Maurício passou a ser chamado de Maldito.
Em 29 de março de 2000 resolveu não pichar mais sozinho os muros da cidade de Serrinha. Convidou os jovens JuniorAvelar (CHAOS), Joyce Santiago (FÊNIX), Rafael Luiz (SÔNIC-X) e Ewerton (MANTIS), criando o grupo de grafiteiros batizado de M.I.R. (Malucos Infernais do Rap), com o objetivo de revolucionar o segmento artístico da cidade e região circunvizinha.
No dia 23 de março de 2001, os jovens grafiteiros decidiram trocar o significado da crew M.I.R. (Malucos Infernais do Rap) por MIR (Paz Mundo e Universo), após assistirem em uma emissora de TV a reportagem sobre a estação espacial MIR. Em maio do mesmo ano realizam as primeiras intervenções no muro externo da extinta Escola Estadual André Negreiros, sem terem sequer a noção de como era fazer um grafite. Depois disso, motivados pela ação, começaram a pintar uma sequencia de bombs em áreas não autorizadas da cidade.
Em 2003 o grupo MIR participou do 1° Sisal Cultural de Serrinha, com a presença de artistas plásticos e mestres de diversos segmentos culturais e artísticos do estado da Bahia. O evento foi realizado no Campus XI (conhecido como Faculdade de Serrinha), atualmente CPCT (Centro de Pesquisa, Cultura e Tecnologia da Região do Sisal). Por conta da intervenção do professor Luizinho – na época, presidindo o CPCT-, foi possível promover uma união entre os líderes Maurício (Maldito) e Fábio (Cascov) do ADR (Artistas de Rua Crew), o mais novo grupo de grafite de Serrinha. Nesse evento os jovens artistas tiveram a oportunidade de mostrar para o público presente que o grafite é uma arte de inclusão social, grande fonte de inspiração e de liberdade de expressão.
A história do grupo MIR não para por aí. Segue firme e forte resistindo as perseguições e o preconceito cada vez mais constante na sua trajetória, até que consegue quebrar um tabu ao fazer os primeiros grafites no maior colégio estadual da região do sisal – Rubem Nogueira -, participando do evento “Lutar para Vencer”, organizado pelo Grêmio Estudantil do colégio.
Em 2004, os grafiteiros Maurício e Fábio, na companhia dos outros integrantes, partem para uma ação inusitada e talvez inédita no contexto da arte urbana ao pintarem os muros do Cemitério Paroquial da cidade com mensagens de amor, paz, religiosa e carinho, além de manifestações contra a hipocrisia e preconceitos de alguns membros da sociedade local. “Tivemos a ideia de modificar o visual do local, substituindo a cor branca dos muros por cores mais alegres”, justificou Maurício.
Em 2005, depois de utilizar a arte proibida como meio de expressão e poucas vezes o grafite, Maurício resolveu parar definitivamente de pichar ao perceber que o que queria para sua crew era algo que fosse bem mais além de apenas rabiscar paredes. Por isso deletou a tag Maldito e passou a assinar como Blot (manchas de tintas, tintas espalhadas, reclamações e etc). A escolha do pseudônimo têm tudo a ver com a sua percepção de que a cidade de Serrinha precisava de mais cores nos muros, de algo que pudesse representar a linguagem do povo oprimido ou uma pintura que reivindicasse os direitos dos mais necessitados.
Depois de mta luta, de mta batalha, hj seu trabalho é reconhecido aki…
Agradeço tbm, em nome de tdos q participaram do projeto Solidart pela oprtunidade q vcs nos deram, ensinando o belo trabalho q vcs fazem…
Parabéns MIR…Sucessoo
Merecedores de tdo isso!!!
Bjãoooo
(…) meu veio são muitos anos de lutas. eu lembro bem dessa época. eu era pivete…
Mais como é mesmo que se diz a frase: “Lutar para vencer”.
Tó ó com vcs e ñ abro!!
muito bom, em man. vc merece! Guerreiro é assim: perde uma batalha, jamais a guerra.
Fera-Coité-Ba
Salve Mauricio!!!
Representa e muito a cidade de Serrinha!!
Parabéns a MIR Crew.
Paz e equilíbrio sempre!!
Fico super emocionado quando lembro de todos os momentos que passamos para chegar ao patamar que estamos hoje.
Vlw Paranaguá! Agradeço em nome de todos os graffiteiros de Serrinha e região do sisal.
Abração.
AXÉ!
BLOT-MIR CREW
SEMPRE!
SENTIMENTO MAIS QUE VERDADEIRO…
AXÉ PARANAGUÁ!!!