No livro “Em Busca do Paraíso Perdido”, o professor e escritor curitibano Ângelo José da Silva, por sinal uma pérola de edição – diz em um dos parágrafos frases que me parecem adequadas: “(…) Vi que me transformara num caçador de imagens. (…) Já não havia mais retorno…” E é verdade! Tornei-me um observador atento ou, melhor, um caça muros implacável das intervenções urbanas, capturando o que surge diariamente pelos quatros cantos da cidade de Salvador, além dos registros durante as viagens por outras capitais brasileiras e de outros países.
Depois da Itália e Portugal, o novo post é um artigo sobre a viagem a cidade de Porto Alegre (RS), sul do país. Após seis anos retornei a capital gaúcha para participar outra vez de um evento institucional pela empresa em que trabalho. Do Aeroporto Internacional Salgado Filho até o centro da cidade, observei ao longo do percurso as inscrições urbanas, dentre outras manifestações estampadas nos suportes públicos, paredes comerciais e residenciais, muros, postes, etc. É óbvio que essas e as demais observações foram úteis para minha pretensão. De posse de um mapa turístico marquei os locais identificados e pontos de interesses históricos a serem visitados.
Durante a permanência em POA (abreviatura de Porto Alegrete), o tempo alternou entre uma chuva fina intermitente e estiagem, com temperatura oscilando entre 10 e 16 graus. Essas ocorrências não impediram a disposição de fotografar grafites, monumentos históricos, visitar museus, centros culturais, exposições, inclusive a 8ª Bienal do Mercosul – Ensaios de Geopoética.
No feriado comemorativo (20.9) da Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, foi o melhor dia para cumprir o roteiro traçado previamente. Dois dias antes do retorno dei sequência às atividades. Os percursos foram feitos a pé, de ônibus e até de táxis para deslocamentos aos bairros mais distantes do centro. Também estive em Novo Hamburgo na Região Metropolitana de Porto Alegre, Gramado e Canela na Região Serrana.
No item gastronomia, degustei saborosos pratos em restaurantes do Mercado Público, Chalé da Praça XV e no bairro Moinhos de Ventos, na sofisticada Calçada da Fama. No Mercado Público, por exemplo, uma boa pedida como sugestão é o “Peixe abroteia de escabeche”. E, se quiser pedir antes do prato principal, experimente o pastel de bacalhau. Não chega a ser igual ao do Hoca do Mercado Municipal de São Paulo, mas é suculento e gostoso. Na Calçada da Fama existe uma variedade de bares, restaurantes e pubs. Quanto ao tradicional churrasco, desculpem os amigos gaúchos, não encarei.
Pontos turísticos
A melhor dica é escolher como partida o Centro Histórico, no coração da cidade. É o local mais indicado para iniciar um roteiro, visitando o Mercado Público, com sua diversidade de estabelecimentos (bancas de frutas, artesanatos, bares, restaurantes, exposição permanente sobre a cidade etc); Chalé da Praça XV; Paço Municipal; Praça da Alfândega; Paço dos Açorianos, Memorial do Rio Grande do Sul; Santander Cultural; Casa de Cultura Mário Quintana; Museu do Comando Militar; Igreja Nossa Senhora das Dores; Catedral Metropolitana; Museu Júlio de Castilho; Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, que tem como sede o Solar Lopo Gonçalves, construído entre 1845 e 1855 e a Igreja Santo António de Pádua, no bairro da Cidade Baixa.
Lago de Guaíba
Considerado um dos principais cartões postais porto alegrense. Em dias ensolarados o pôr do sol pode ser visto ao longo dos 15 km de orla que une a Usina do Gasômetro ao Calçadão da Praia de Ipanema, na Zona Sul.
Usina do Gasômetro
O prédio é uma antiga usina de geração de energia de POA. Na entrada principal uma mostra permanente de equipamentos elétricos antigos. Atualmente a Usina do Gasômetro com vários andares e salas é um grande centro cultural, sendo palco para apresentações de espetáculos e atividades diversas como teatro, dança e galerias para exposições. No andar térreo visitei duas exposições: Legalidade 50, em comeração aos 50 anos do Movimento da Legalidade, liderado por Leonel Brizola, montado a partir do acervo do jornal Correio do Povo e Acompanhando o tempo “Um olhar sobre a street art” mostra fotográfica de grafites de Luck Kühn.
Novo Hamburgo
Uma das 32 cidades que integra a Região Metropolitana de Porto Alegre, além de ser reconhecida como a Capital do Calçado. Esse foi um dos motivos que me levou até Novo Hamburgo, apesar de não ter comprado nada. Fiz o trajeto de POA até uma estação próxima a Novo Hamburgo, através da integração trem-ônibus, um sistema de mobilidade urbana semelhante ao BRT, que está em estudo para o Metrô de Salvador. Como o dia estava agradável foi possível caminhar pelo centro da cidade, visitar lojas de calçados, a Paróquia São Luiz Gonzaga e documentar um grafite existente no percurso.
Gramado e Canela
As rodovias que ligam Porto Alegre às duas cidades têm pedágios com valores diferenciados, sendo um no valor de R$2,40 e o outro R$7,20, que achei caríssimo! O belíssimo pórtico é a principal porta de entrada. O clima parecia de inverno com temperatura de 10 graus. Se não fosse a chuva, frio e neblina a viagem seria emocionante. São duas cidades de montanhas com uma atmosfera romântica onde se percebe a presença de imigrantes italianos e alemães, imóveis com arquitetura enxaimel e ruas limpas. Muitas lojas sofisticadas de cristais, porcelanas, de malha e fábricas de chocolate caseiro. A condição do tempo não permitiu conhecer as duas cidades que integram a Região das Hortências. Na verdade só deu para visitar o Parque Temático Mundo Encantado e a Catedral de Gramado.
Em Canela, mesmo com garoa e frio, curti a emoção do passeio no teleférico (www.canelateleferico.com.br) no Parque do Caracol, o ponto turístico mais visitado da cidade. São 415 metros de extensão, levando o visitante a um mirante com visão panorâmica da Cascata do Caracol – 131 metros de queda d’água – e do Vale da Lageana. A lembrança dessa aventura? Uma foto pousada e com um largo sorriso, seguindo a orientação da placa afixada em ponto estratégico do passeio.
\”Grafite em Porto Alegre np YouTube\”
Assim deveria ser em todo lugar… http://meucantonomundo.com/o-bairro-que-abriga-o-maior-museu-a-ceu-aberto-do-chile/
Caro André, agradeço-lhe pelo o acesso e a gentileza de enviar o link. Fantástico, bem elaborado e rico de informações.
Gostaria que assim fosse. Em São Miguel houve bom senso e apoio dos moradores para o sucesso da ideia.
Abraço.