No Carnaval desse ano coloquei o pé na estrada. Parti de Salvador (BA), cruzei o estado de Sergipe até Maceió (AL), mas com o olhar atento as belezas naturais, curiosidades e intervenções no cenário urbano.

Durante sete dias desfrutei de uma experiência maravilhosa na companhia da família, conhecendo diferentes localidades, praias e pontos turísticos do litoral desses três estados.

Com roteiro da viagem traçado – dica publicada no site http://misscheck-in.com – foi só pisar no acelerador e seguir pela Linha Verde (Litoral Norte da Bahia), sentido Estância (SE), divisa com o estado da Bahia. A rodovia nesse trecho está em boas condições e bem sinalizada. Mas, é bom pisar leve.

Desse ponto, pela BR-101, fiz o trajeto em direção a Aracaju pela rodovia duplicada e em boas condições. Fique atento aos quebra-molas e radares. Na rotatória, já em Aracaju, antes de entrar na cidade, uma placa de sinalização à direita indica a direção para Maceió. Na segunda alça à direita do viaduto de acesso à BR-101 Norte, outra placa indica o sentido Propriá (SE), Maceió, Recife e João Pessoa. Redobrei a atenção em alguns trechos dessa via de faixa única, devido o fluxo de veículos pesados, além das obras que estão sendo realizadas para conclusão da duplicação.

A partir do viaduto acrescentei visualmente no odômetro mais 70 Km (dica do site), distância prevista até o Posto da Polícia Rodoviária Federal existente no entroncamento para Neópolis e destino de outras cidades. Peguei à direita, sentido Neópolis, que fica às margens do Rio São Francisco. Antes de ir para Penedo, dei um rolê pelo centro da cidade.

A ligação entre Neópolis e Penedo, situadas às margens do Rio São Francisco, é feita através de balsas, um tipo de transporte para veículos leves, pesados e passageiros, explorado por duas empresas. O valor para automóvel custa R$22,00 e opera 24 horas.

Em Penedo (*), após o almoço, minha mulher Shirley assumiu o papel de guia. Conhecedora da cidade iniciou a visita pelo Centro Histórico, mirante e arredores da cidade. Depois o convento, igrejas e Paço Municipal (**).

 

 

(*) A cidade foi edificada numa pequena colina cuja “rocha” lhe empresta o nome. Tem parte do seu patrimônio histórico da cidade preservado, sendo a Igreja de Nossa Senhora da Corrente, tombada pelo IPHAN.

(**) Em 1859 morou na cidade o ilustre visitante Dom Pedro II, hospedando-se onde hoje funciona o Paço Municipal

Cumpridas as etapas, continuei a viagem, seguindo até Piaçabuçu. Daí em diante, pela rodovia AL-101 (totalmente recuperada, bem sinalizada, possibilitando uma viagem tranquila), sentido Coruripe, até Maceió.

Até chegar a Maceió, fiz algumas paradas: mirante do Gunga, na praia do mesmo nome, localizada na área de uma fazenda de coco e muito frequentado pelos turistas e na praia do pequeno povoado de Lagoa Azeda, município de Jequiá da Praia. O local é muito simples, calmo, sem a presença de muitos turistas e bastante procurado para a pesca.

Em Maceió, a nossa programação foi intensa: Centro Histórico, passeio de jangada, desfile de escolas de samba, mercado do artesanato de Portal da Barra,

banho de mar nas praias do francês e Barra de São Miguel ao sul, apropriada para crianças, Paripueira e Sereia ao norte.

Em Paripueira, como em outras localidades praianas, o Carnaval tem características semelhantes. É indispensável o potente equipamento “paredões de som”, rebocados por veículos. Músicas nas alturas (poluição sonora). No giro pela rua principal da cidade encontrei um grupo de foliões fantasiados com roupas femininas na maior alegria, seguidos pelo carro de som.

Os moradores decoram suas residências, reúnem os familiares e amigos na área da varanda ou em frente ao imóvel e se divertem animadamente. Cada um toca as músicas do seu gosto, numa boa. Destaque para o Restaurante e Bar, mais badalado e frequentado pelos turistas (fui um deles), localizado à beira-mar.

A praia da Sereia com barreira de recifes foi ideal para minhas filhotas tomarem banho de mar.

No povoado de Duas Barras, em Jequiá da Praia, primeiro degustamos um saboroso crustáceo (siri), depois um camarão à moda da casa, um dos pratos típicos da culinária servida no Paraíso Bar e Restaurante.

No barco Paraíso II, de propriedade do dono do restaurante, fizemos um passeio pelas águas da Lagoa de Jequiá, admirando as belezas naturais, a vegetação do mangue, inclusive com direito a parada para banho na lagoa, depois a subida nas dunas de Marapê e, por último, tomar um delicioso banho de mar no encontro das águas da lagoa com o oceano atlântico.

No retorno, com destino a Aracaju (SE), decidi entrar em Pontal do Coruripe (Coruripe) e no dia seguinte Pontal do Peba (Piaçabuçu), localidades que ficam no extremo sul de alagoas. No principal acesso de Pontal do Coruripe, uma placa com o seguinte texto chama a atenção dos visitantes: “Pontal de Coruripe. Local do primeiro avistamento do Brasil por Cabral” (***). Já li duas vezes a carta escrita pelo escriba Pero Vaz de Caminha, mas não me recordo de nenhuma citação a esse respeito.

(***) Pesquisas em sites do estado comprovam as informações na placa: “Este foi o primeiro lugar avistado pelos tripulantes das caravelas de Pedro Álvares Cabral. O fato é tão importante para a região, que foi construído um farol, uma réplica da caravela portuguesa, na Praça do Avistamento”.

Em ritmo de Carnaval, muitos turistas circulando, além da dificuldade de encontrar um local para pernoitar, não tive outra saída a não ser procurar um hotel na cidade de Coruripe.

No dia seguinte, fui descobrir o motivo pelo qual as empresas de passeios turísticos, indicam a praia de Pontal do Peba, em Piaçabuçu. A principal entrada da cidade não é muita atrativa. A surpresa é quando se vislumbra a praia. Fiquei impressionado com o número de turistas, a grande extensão da faixa de areia, o movimentadíssimo fluxo de carros (automóveis, vans, caminhões carregados de cerveja, motos, triciclos, carros com reboques sonoros) que trafegam pela praia e estacionam às margens do oceano. Não resisti e fui atrás do comboio de veículos, respeitando o sentido de tráfego (mão e contra mão), velocidade de 20 Km/h. Outro detalhe: a presença de prepostos de trânsito.

Quase próximo à foz do Rio São Francisco e poucos veículos a minha frente, retornei. O local é tão fascinante que você não percebe que se distancia. As dunas existentes em toda praia é um destaque à parte.

Depois do almoço, dei continuidade a viagem com destino a Aracaju, próxima parada. Ainda deu tempo de conhecer a pacata cidade de Indiaroba (norte sergipano).

A passagem por Aracaju durou um dia e meio. Mais uma vez minha mulher assumiu a condição de guia. Ela conhece bem a cidade. Portanto, ficou à vontade.

Apesar do curto período deu pra visitar alguns lugares, além de degustar um prato de caranguejo (considerado um dos crustáceos mais badalados) em um dos bares na Passarela do Caranguejo, em Atalaia. O crustáceo não é o meu forte, mas ela sugeriu e, mesmo receoso, encarei o pastel com recheio de caranguejo. Por sinal, muito saboroso!

 

Na quarta-feira, pela tarde, retornei a Salvador. Já na Bahia, entrei na cidade de Conde. Mais sete quilômetros, cheguei a praia de Sítio do Conde. O local é muito frequentado nos períodos de feriados e finais de semana.

(Fotos: byJFParanaguá e Shirley Paranaguá. Denuncie abusos. Direitos reservados)

Ate a próxima viagem!