Quando programar uma visita a cidade de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, não deixe de conhecer os principais pontos turísticos, desfrutar da gastronomia regional e pense em reservar um tempo para curtir as belezas naturais de Bonito e o Pantanal mato-grossense. Esses locais devem fazer parte do passeio.
Campo Grande, carinhosamente chamada de Cidade Morena devido ao tom avermelhado de sua terra, dispõe de excelente infraestrutura, é cercada de verde, possui avenidas largas e concentra a segunda maior comunidade indígena do país. Além de ser vitrine do artesanato do Estado, destacam-se as esculturas de bugrinhos em madeira, cerâmicas, objetos feitos de barro, palha e tecelagem e a arte indígena.
Em setembro de 2007 e novembro do ano passado estive em Campo Grande para coordenar o estande da empresa nos eventos “Feira Internacional de Tecnologia e Saneamento Ambiental e o Seminário de Recursos Hídricos”. A viagem é cansativa, por conta da espera na conexão em São Paulo ou das escalas. Mais cansativa ainda, embarcando em voo internacional. Haja paciência para enfrentar a rigorosa fiscalização da Polícia Federal. Uma dica: recomendo escolher um voo com linha nacional. E, se por ventura, acontecer o contrário, evite marcar o retorno em horário muito próximo da conexão. A experiência não foi das melhores na segunda viagem.
Também não guardo boas recordações da primeira vez. Até hoje não sei o motivo que levou o piloto da aeronave a mudar a rota e aterrissar no aeroporto de Cuiabá (MT), fora do destino. Rolou muita confusão em frente ao balcão da companhia aérea. Mas valeu à pena aceitar o convite de uma jovem que liderava um grupo paulista, cobrando providências da empresa. A sua persistência garantiu a nossa hospedagem e o embarque no dia seguinte. Durante a minha permanência na cidade curtir momentos memoráveis com o grupo. Que turma legal!
Pontos turísticos
Da segunda vez aproveitei o tempo disponível para visitar vários pontos
turísticos e garimpar as intervenções de grafites na cidade. Aliás, existem pouquíssimas pinturas de escritores urbanos nos espaços públicos,
provavelmente por conta da proibição. A predominância é de letras e bombs. Grandes painéis com aves da fauna de Mato Grosso do Sul estão expostos nas laterais de alguns prédios no centro. As obras de arte são de autoria de um renomado artista plástico campo-grandense.
Um fato interessante me chamou atenção: Não vi mendigos perambulando pelas ruas, nem flanelinhas nas sinaleiras. Você pode circular livremente pelas calçadas sem esbarrar em camelôs pelo caminho. Que diferença da minha cidade. A prefeitura construiu o Camelódromo, um Centro Comercial Popular, com centenas de boxes, onde pode ser encontrado diversos produtos, inclusive prevalecendo os artigos importados do Paraguai.
No dia que fiz um tour a pé pela cidade, a temperatura estava acima dos 25 graus. Muito calor, pouca brisa. Mesmo assim fui em frente. O ponto de partida: a Morada dos Baís, na Av. Nordeste esquina com Afonso Pena. O imóvel, primeira construção em alvenaria da cidade, datada de 1918, abriga o Centro de Informações Turísticas e Culturais, o Museu Lídia Baís, com obras e afrescos da artista de vanguarda tombados pelo Estado e salas de exposições. Passei pelo Mercado Municipal; Casa do Artesão; Feira Indígena; Relógio Central, no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Avenida Calógeras. Outrora, em outro local, foi um importante ponto de encontro dos moradores da cidade; Praça dos Imigrantes; o obelisco construído e inaugurado em 1933, em homenagem a José Antônio Pereira, fundador da cidade.
De táxi fui até o Parque das Nações Indígenas, espaço apropriado
para prática de exercícios físicos. No seu interior está instalado o
Museu das Culturas Dom Bosco, também chamado de Museu do Indio, que abriga uma coleção de fotografias, cerâmicas, adereços e instrumentos, objetos e utensílios de uso cotidiano usados pelos índios Xavante, Bororo e Karajá; o Parque da Prosa, resguardando um dos últimos remanescentes do cerrado, além do do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres/CRAS, contribuindo para conservação reabilitação de animais da fauna sul mato-grossense. Algumas espécies de animais podem ser vistos circulando pelo parque. Por sorte dei de cara com um bando de quatis.
Outro bom programa é fazer city tour em ônibus com vista panorâmica no final da tarde, curtindo o belo pôr-do-sol. O roteiro inclui a
Praça das Araras; Praça Cuiabá/Monumento Cabeça de Boi; Igreja Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro (a paróquia fica em Amambai, um dos
primeiros bairros da cidade); Monumento Pantanal Sul (Tuiuiús);
Monumento da Aviação; Monumento dos Imigrantes (Carro de Boi); Palácio das Comunicações; Horto Florestal Antônio Albuquerque; entre outros.
Culinária regional
Não me recordo quando, mas faz alguns anos, viajei com um amigo para a cidade litorânea de Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia. Nossa primeira refeição foi num restaurante de frutos do mar. Ao invés de escolher peixe ou marisco, escolhi filé mignon. Até hoje ele tripudia de mim. Basta relembrar do episódio. A partir daí, aprendi a lição. Na cidade onde estiver não deixo de degustar pratos da culinária regional.
Em Campo Grande experimentei a sopa paraguaia (um tipo de bolo salgado à base de milho, cebola e queijo) e a chipa, versão paraguaia do pão de queijo, feita com polvilho seco – parece muito com o “biscoito voador”, o churrasco de costelas de boi, além do peixe pacu, com o mesmo sabor do surubim da Região do São Francisco; dentre outras delícias. Só não encarei o “sobá”, um prato oriental feito com um tipo de macarrão encontrado em bares, restaurantes e pontos turísticos. Um dos principais point à noite é a badaladíssima praça de alimentação, próximo da antiga estação ferroviária. A bebida típica da região é o tereré, feito com erva-mate e água gelada, servido numa guampa de chifre de boi e bebido com uma bomba. Um chimarrão à moda campo-grandense.
Um pouquinho atrasada… mas recomendo o Sobáa. Rs’ Sou campo grandense e digo que o macarrão não é de outro planeta, é comum, com carne de vaca ou porco, cebolinha e ovo ralado… uma delicia de mistura. Provaa sim cara.
Fernanda, obrigado pela dica. Quando retornar a Campo Grande vou experimentar!
Adorei o artigo. Sou umas das interventoras da arte urbana em Campo Grande, e vc citou bem o movimento do graffiti em Campão .Tenho orgulho de ser da city morena e poder ver que esta sendo bem vista por muitos que vem de fora .
Olá mano!
Excelente a sua narração!Parabéns.Parabéns mesmo!Agradeço ao bom Deus pela oportunidade de viajar e conhecer estes lugares
vivenciando toda sua trajetória tão somente pela magnífica narração por este autor maravilhoso.Caminhei passo a passo conhecendo a história cultural,geogáfica e gastronômica de cada local.As imagens fotogáficas estão perfeitas.Aproveite o máximo e persevere este momento único dando seguimento ao seu dom artístico. Parabenizo a você e a todos os integrantes deste Projeto. “Arte é Arte”.
Que Oxalá te proteja.
Um forte abraço frontal (rsrsrsr) da sua irmã que muito te ama.