Dia 30 de dezembro de 2022. Aproximadamente às 12h15min, a aeronave da Latam Airlines, voo 3006/São Paulo/Curitiba, iniciou a decolagem e, de repente, arremeteu o voo, gerando um clima tenso no interior do avião. A voz do comandante nos tranquilizou: “senhores passageiros, recebemos orientação da torre de controle para retornar ao ponto de decolagem devido aviões em processo de aterrissagem”. Alguns minutos de espera a aeronave decolou.
Graças a Deus a aterrissagem no aeroporto Afonso Pena foi tranquila, inclusive sob salva de palmas para o piloto. Aliás, uma atitude que deveria ser demonstrado sempre pelos passageiros.
Veículo reservado para viagemConcluídos os procedimentos para o desembarque de Shirley (atendimento especial), seguimos o preposto a serviço da Latam até a esteira das bagagens. No trajeto já percebi a diferença entre Sampa e Curitiba: o clima agradável nos favoreceu muito. E frio mesmo, só senti pela noite, entretanto nada preocupante. Em seguida, fomos de van da Movida Locadora até o ponto de apoio da empresa para retirar o veículo previsto no contrato com a CVC Viagens.
A caminhonete Toto Flex, cor cinza prateado, placa policial PP-RTC5B88, cumpriu plenamente o roteiro planejado no trajeto entre várias cidades dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Finalizado o ritual de revisão e assinaturas para liberação do veículo, eu, e abordo da caminhonete e com auxílio de uma das filhas acionei o GPS com destino ao San Ruan Royal Hotel, localizado no Centro Histórico da cidade curitibana.
Cena do grafite é muito forte na capital
A caminho do hotel, tentei novamente contato com o amigo curitibano Carlos Magno, para me indicar onde reservar um local que fosse festejar o fim de ano na cidade. Ante véspera de ano novo precisava acalmar a expectativa das meninas. Mas a sua resposta frustou todos nós: “Não sei informar. Desde o início do mês estou com a família no litoral”. Litoral é como me referisse ao nome de uma de nossas praias, por exemplo: praia de Jaguaribe. A notícia mexeu com a gente, mas não desistimos de procurar.
Chegamos no hotel depois das 15 horas cansados da viagem, mesmo assim, minha doce mulher Shirley não deixou de organizar previamente o que faríamos em Curitiba e nas demais cidades incorporadas ao roteiro. Aprovamos o ambiente e o atendimento do hotel. O estabelecimento tem 40 anos de atuação com gestão familiar desde o princípio. O tratamento, mantido pela anfitriã, chamou atenção devido o cuidado com os hóspedes.
Deixadas as bagagens nos apartamentos iniciamos as visitas. Já passava das 17 horas e estava muito claro, então aproveitamos para irmos ao Jardim Botânico, um dos locais assinalados em nossa programação. Notei que a decoração natalina estava presente nas vias e lojas no centro da cidade. Aliás, em várias cidades do estado. Tomei conhecimento que é uma tradição antiga que permanece até serem suspensas as comemorações na cidade de Gramado, ponto alto da festa.
No Jardim Botânico a frase “Jardim dos Sonhos” fixada no totem de acesso, é o cartão de visitas para os que vão ao local. Centenas de turistas de vários lugares do mundo, inclusive nós, ficam encantados com o cenário colorido das espécies de flores,
além da beleza arquitetônica do prédio, uma estrutura toda em arcos aramados que despertam atenção pela sua belíssima construção.
Em outro momento também tivemos a oportunidade de ver esse local totalmente iluminado à noite. Um show à parte!
O jantar foi na Churrascaria Batel Grill, a mais amada da cidade, seguindo a sugestão da pesquisa. Fomos lá conferir! De fato, a começar pelo designe do estabelecimento.
No interior, o ambiente é um primor! Durante o tempo em que estivemos, os garçons percorriam as mesas servindo carnes, diversos pratos de massa, saladas, camarões…comida japonesa à vontade! Sem falar das tortas e doces, os preferidos das meninas!
Dia 31. Satisfeitos com o café da manhã bem sortido, reorganizamos a agenda traçando o que faríamos nos próximos 8 dias. Iniciamos pelo Mercado Municipal, aprovando a infraestrutura;
Museu Oscar Niemayer (MON), visitando os espaços com várias exposições, a loja de souvenirs.
Fotografei a fachada principal e os grafites dos Gêmeos. Para alegria dos amantes, as obras dos irmãos permanecem presentes nas áreas externa e interna, apesar da polêmica que surgiu em 2021 para apagar os trabalhos,
quando a dupla realizou uma exposição no local. Próximo ao MON, seguimos outra dica da pesquisa. Almoçamos no restaurante Zapata Mexican Bar, um ambiente agradável, com ótimo atendimento.
Degustamos três pratos típicos da culinária mexicana, sugestão do garçom.
Não sou adepto da culinária mas gostei do prato Nachos Rivera. Ah! O Zapata comemorou a passagem de ano mas desistimos da reserva por ser muito alto o valor da mesa.
Então, o melhor e mais gostoso foi a comemoração da festa no apartamento do hotel com muita alegria, vibrando de gratidão por todas as nossas conquistas, saúde, felicidades e boas perspectivas para o novo ano.
Dia 1º de 2023. Tour no ônibus panorâmico. Durante o café da manhã confirmamos que faríamos o tour – um programa da prefeitura de muito sucesso -.
O usuário pode saltar e embarcar em outro ônibus desde que apresente o cartão adquirido no próprio veículo pelo valor de R$50,00. A ideia foi marcar os principais pontos de nosso interesse. Embarcamos no ônibus panorâmico com dois andares no ponto da Praça Pública/Memorial Árabe, próximo ao hotel, seguindo o circuito das 26 atrações
pelo Centro Cívico, Museu Oscar Niemayer – MON, Bosque Papa João Paulo II/Memorial Polonês*,
Bosque Alemão*, Universidade Livre do Meio Ambiente, Parque São Lourenço,
Ópera de Arame* (fechado nesse dia),
Parque Tanguá*,
Parque Tinguí/Memorial Ucraniano*,
Portal Italiano, Restaurante Italiano, Santa Felicidade, Parque Barigui, Torre Panorâmica, Setor Histórico até a Praça Tiradentes/Catedral onde saltamos.
Dalí seguimos em direção a Catedral Metropolitana,
depois para o Largo da Ordem,
com parada para uma cerveja gelada e tira-gosto.
Minha filha Irani registrou minha presença posando ao lado do grafite do curitibano @gardepan, na fachada do imóvel existente no local.
Na praça reembarcamos no ônibus completando o circuito Rua das Flores, Rua 24 horas (ponto de partida e término),
Paróquia São João dos Perdões, Museu Ferroviário, Teatro Raiol, Jardim Botânico, Mercado Municipal, Teatro Guaíra da UFPR, Paço da Liberdade, ponto de desembarque. No retorno para o hotel utilizamos o Uber.
Dia 2. Na caminhonete Toro seguimos a ideia do dia anterior de parar nos pontos assinalados acima com (*), uma excelente oportunidade para as meninas conhecerem mais de perto esses locais.
O pit stop para o almoço foi no Ópera de Arame (espaço instalado na região do Parque das Pedreiras). Até chegar no restaurante Ópera Arte no subsolo,
passamos por rampas aramadas, espaço artístico e cultural e painéis grafitados. Sentamos numa mesa
próximo às margens do lago ouvindo jazz do palco flutuante existente no local,
degustando saborosos pratos e drinks. O pit stop valeu! Retomamos o roteiro até a chegada no hotel para o compromisso do tour à noite.
Tour noturno. Às 20 horas, partimos com o guia no carro modelo Audy, depois substituído por uma Van e, por fim, no veículo anterior a serviço da July Tour. Os problemas ocorridos tiraram o brilho do tour. Mesmo assim continuamos o passeio. O horário já avançado, só visitamos duas atrações iluminadas,
o Parque Tanguá,
Parque Tinguí/Memorial Ucraniano,
depois a área do lago para ver capivaras
e, por último o Jardim Botânico com o show de luzes com fundo de trilha sonora natalina.
Jantamos no restaurante Velho Madalosso, super tradicional com belas massas e comida italiana,
no bairro de Santa Felicidade, de onde retornamos para o hotel;
Dia 3. Passeio de trem panorâmico organizado pela July Tur na empresa Serra Verde Express.
Às 7h30min, fomos de van até o terminal rodoferroviário da cidade onde embarcamos no “vagão econômico”
para a cidade histórica de Morretes, cruzando a Serra do Mar. São quatro opções de classes trem diário. Além do econômico tem o turístico, executivo e camarote. Cada classe conta oferece serviços diferentes, a única que não inclui serviço de bordo, é a econômica. Foram quatro horas de duração.
No início não tem muitas atrações, segue em meio a cidade até descer a serra.
Aí você se surpreende viajando próximo da natureza, com paisagens de tirar o fôlego
e considerado um dos 10 passeios de trem mais lindo do mundo.
É verdade! Inclusive, um deles é o de Ouro Preto/Mariana, em Minas Gerais, que já fiz. O de Curitiba gostei da primeira vez e repeti novamente na companhia da família. O passeio e a vista encantam!
Corta muitos quilômetros pela serra, uma região protegida de Mata Atlântica, passa por dezenas de pontes, túneis,
em uma ferrovia construída em 1855. Destaque para a ponte metálica São João. Um guia durante o passeio conta algumas fatos e curiosidades do trem e histórias que já aconteceram desde a construção da ferrovia. Desta vez observei que por questões de questionamentos dos turistas, são omitidos certos acontecimentos na fase de construção da ferrovia. A viagem também pode ser feita no sentido contrário, de Morretes a Curitiba.
Na estação ferroviária de Morretes, embarcamos na mesma van que já nos esperava, em direção ao
centro histórico da cidade. Lá, ficou decido pelo motorista o tempo de permanência, que seria para almoço,
visitas locais, compras de produtos e souvenirs.
Morretes é uma cidade charmosa localizada entre a Serra do Mar e o litoral paranaense. Depois de almoçar um prato do meu gosto – não optei pelo Barreado, prato típico, feito em panela de barro –
caminhei pelos arredores seguindo a margem do rio Nhundiaquara (em língua indígena “nhundi” significa peixe e “aquara” buraco) até determinado ponto e notar uma cena que me chamou atenção: uma pessoa trajando roupas típicas de gandoleiro (a moda de Veneza) em sua embarcação conduzindo um casal num passeio romântico pelas tranquilas águas do rio.
Achei a ideia muito criativa!
No horário combinado, o grupo embarcou com destino a cidade de Antonina para visitar a fábrica de balas com o mesmo nome da cidade.
Depois partimos de retorno a Curitiba, fazendo o percurso pela rodovia estadual PR-410, denominada Estrada da Graciosa,
considerada uma das estradas mais bonitas do Brasil. São 40km de extensão interligando o litoral a capital com várias curvas num trecho preservado de Mata Atlântica com belíssimas paisagens naturais. A rodovia utiliza a velha rota dos tropeiros.
Ainda no trajeto, um pit stop num ponto de apoio (lanches e WC) e desfrutar da vista panorâmica da Mata Atlântica e o mar. Próximos da 18 horas chegamos no hotel.
Dia 4. Cidade de Lapa, uma das mais antigas do Paraná, a 70km da capital, localizada na Mesorregião de Curitiba. O município, teve sua origem com a passada dos tropeiros, retratado através do Monumento ao Tropeiro, na entrada da cidade.
Realizamos um tour pelo centro histórico da cidade obtendo informações sobre fatos e episódios da trajetória política brasileira, a exemplo do cerco da Lapa, uma batalha que teve papel importante na história do Brasil; Praça General Gomes Carneiro, considerado herói da Lapa, representado por uma estátua; a igrejinha da Praça;
Teatro São João,
com o cenário interior totalmente preservado;
Igreja Matriz; Museu Histórico e a
Casa Lacerda, o visitante é orientado a calçar pantufas para percorrer os ambientes. Você não anda…desliza pelo assoalho encerado tendo o cuidado para não escorregar e cair;
Casa Câmara e Cadeia; Fonte Quebra Pote;
Panteão, além da Escultura do Monge
e a antiga estação ferroviária situadas fora do centro da cidade.
No retorno uma rápida passagem pela cidade de Contenda. Estive no templo,
no santuário de Nossa Senhora
onde registrei grafites no bairro de Sorriso
e a intervenção artística na zona urbana da localidade de Araucária.
A respeito da árvore Araucária, tomei conhecimento
que é considerada símbolo do Paraná. Por estar em extinção, o governo reduz o valor do IPTU para quem planta um pé da árvore. Outro ponto interessante é sobre a Capivara que foi adotada como mascote e surfa na popularidade como “garota propaganda”.
Jantamos no apartamento deliciosos pratos de filé a parmegiana, spaghetti com molho de tomate e inhoque com molho
de bolonhesa preparados pelo chief do restaurante do hotel.
Dia 5. Torre panorâmica, um atrativo da telefonia Telepar que fica a 100 metros de altura onde o visitante tem uma
visão de 360 graus da cidade. Do mirante, além de ser possível observar o planejamento urbano, é possível visualizar a Serra do Mar.
No centro do mirante o painel circular do artista Poty Lazzarotto retrata a história de Curitiba e do telefone.
Na parte térrea, passagem obrigatória pelo Museu do telefone, com vários aparelhos que contam a evolução do aparelho e os suvenirs para quem tem interesse;
Museu ferroviário no Shopping Estação. Na área externa do shopping o cartão de visita é uma locomotiva a vapor em exposição. Esse é mais um lugar que você não deve deixar de visitar.
No térreo do shopping, opções de vários bares e restaurantes, parque infantil, além de guardar muitas
histórias e relíquias no Museu Ferroviário, único no Brasil, instalado dentro de um shopping,
que abriga a Antiga Estação Ferroviária da cidade paranaense. Percorrer o interior do museu é uma viagem no tempo.
Antigos mobiliários, itens curiosos, como um livro contábil da antiga estação,
relógios, telefones e telégrafos que eram utilizados no local e objetos do interior dos trens, como bagageiros, fechaduras e luminárias da época,
peças que colaboram para o resgate histórico da ferrovia que iniciou em 1885 com a inauguração do trecho entre Paranaguá e Curitiba.
Achei muito enriquecedora a atração que é uma espécie de “simulador” de um passeio de trem contando a história da ferrovia.
A apresentação é bem interessante e traz um certo realismo a visita.
Dia 6. Caminho do vinho.
Reafirmo aqui o elogio que fiz acima a respeito da percepção de Shirley em pesquisar opções e incluir no roteiro.
Foi o caso do Caminho do Vinho, uma das mais deliciosas rotas turísticas de vinho, localizada na colônia do bairro Mergulhão, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana da capital paranaense, distante 24km do centro.
Durou cinco horas de duração o tour rural sobre o comando do guia Neli da July Tour na companhia de familiares joinvilenses em visita a Curitiba.
Durante o percurso o guia explicou de forma que soubéssemos um pouco sobre as histórias da colonização, dos vinhos produzidos na região e das comidas, segundo ela, de dar água na boca.
A primeira parada foi na vinícola Vinhos do Italiano, onde vimos adegas, exposição de barricas,
equipamentos, enormes toneis de madeira e aço,
finalizando com degustação de vinhos, queijos e salames, além de compras de alguns produtos.
Passamos em outras vinícolas, chocolateria
e fizemos uma parada para almoçar no restaurante indicado pelo guia.
Por último, estivemos na chácara produtora de morangos, em que minha mulher e Iamani conheceram e fizeram uso do sistema “colhe e pague” selecionando os melhores frutos que foram consumidos no hotel.
Destaque para a vinícola que montou um museu com equipamentos agrícolas, fotografias e pertences que contam a história do início do processo de preparação do vinho,
além da instalação de gangorras na área externa para diversão dos visitantes..
Minhas filhas e os familiares da Neli curtiram muito.
Visitar o Caminho do Vinho foi uma experiência maravilhosa!
Fica aqui nosso reconhecimento ao excelente trabalho realizado por Neli.
À noite, no apartamento, durante a resenha sobre o passeio, saboreamos queijos, salames com recheio de azeitonas, torradas, morangos e um bom vinho produzido na colônia. No dia seguinte partiremos com destino a cidade de Joinville, Santa Catarina.
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Muito rica de conteúdo a segunda etapa da viagem.